NA ESTRADA...

EU SENTI UMA SAUDADE
DESSAS QUE CORTAM MEU PEITO
EU OLHO NÃO VEJO JEITO
PARECE QUE É MALDADE
MAS UM DIA ESSA VERDADE
HÁ DE MOSTRAR O CAMINHO
ONDE EU FAÇO NOSSO NINHO
PRA NÓS DOIS JUNTIN MORAR
E VOCÊ DE MIM CUIDAR
COM AMOR E COM CARINHO

O POETA É SOFREDOR
SOFRE ELE E A POESIA
ÀS VEZES, PERDE A ALEGRIA
E AUMENTA SUA DOR
MAS PEDE A NOSSO SENHOR
UM REMÉDIO PRA TRISTEZA
DEBRUÇADO NUMA MESA
SEU PRANTO PINTA O PAPEL
ESCREVENDO UM CORDEL
ESTA É SUA NATUREZA

DESCREVENDO O QUE SENTE
O POETA SE REDIME
POIS O SEU ÚNICO CRIME
É AMAR EM DEMASIA
REAVER SUA ALEGRIA
SÓ MATANDO A SAUDADE
E A AGORA SEM VAIDADE
FAÇO VERSO COM CANÇÃO
SAÍDA DO CORAÇÃO
LEMBRANDO MINHA CIDADE

SUA CIDADE É SEU MUNDO
UMA CASINHA CAIADA
CONVERSEIRO NA CALÇADA
E EU NA REDE ESCUTANDO
UNS VIOLEIROS TOCANDO
NA BOCA DA DIFUSORA
LEMBREI-ME DA PROFESSORA
QUE NO PRIMÁRIO, EU TINHA
E ALI NAQUELA CASINHA
FOI A MINHA INTERCESSORA

A PROFESSORA QUE FALO
LOGO CEDO ME EDUCOU
DEVO A ELA O QUE EU SOU
AINDA TENHO HISTÓRIA
APANHEI DE PALMATÓRIA
E DISSO NÃO ME ARREPENDO
HOJE EU SOFRO SABENDO
O QUE É BOM E QUE É RUIM
POIS A VIDA É ASSIM
VIVENDO E APRENDENDO...

eSTES VERSOS FORAM FEITOS EM CONJUNTO POR MIM (Tulio Araújo) E MEU VÉI (Hugo Araújo) DENTRO DO CARRO, DURANTE UMA VIAGEM DE RECIFE PARA ARCOVERDE... mAINHA (Lúcia de Fátima) TAMBÉM ESTAVA CONOSCO.